Imbondeiro Africano

 

Família: BOMBACACEAE
Género:Adansonia
Espécie:Adansonia digitata Lineu

 

Estas notáveis árvores apenas se encontram a baixas latitudes, nas savanas quentes e secas da África a sul do Sahara.

As espécies do género Adansonia habitam o Velho Mundo desde tempos remotos.

 

Na flora de Madagáscar encontram-se 6 espécies, na Austrália 2 e em ÁFRICA somente 1.

 

Adansonia digitata Lineu

- o famoso imbondeiro africano -

 

 

Alguém descreveu o Imbondeiro africano como:

“um velho gnomo, grisalho e disforme, com o porte de um gigante, a pele de um rinoceronte e dedos contorcidos arranhando o vazio do ar…”

 

 

 

O Imbondeiro – Um Símbolo

 

As inconfundíveis silhuetas dos imbondeiros contra um céu sem nuvens, são bem o símbolo dos horizontes abertos da savana africana…

O Imbondeiro é uma árvore fantástica, parte integrante da cultura africana, da tradição, rituais e lendas, do artesanato e outras obras de arte…

 

A primeira referência registada acerca do imbondeiro africano data do século XIV e deve-se a um viajante árabe, Ibn Batuta, que assinalou a capacidade de armazenamento de água do seu maciço tronco.

Foi Lineu quem, em 1759, atribui ao imbondeiro o nome científico – Adasonia digitata.

Com o primeiro termo homenageou o célebre botânico francês Michel Adanson (1727 – 1806) que forneceu a primeira descrição técnica e ilustração da árvore. O atributo digitata (forma de mão aberta) alude à forma das folhas da árvore adulta.

 

Status: Presentemente a sobrevivência do imbondeiro africano parece não estar ameaçada, o que se pode atribuir à sua ampla distribuição e tolerância ecológica.

 

Habitat: Savanas secas e quentes da África Austral.

 

Longevidade: Como muitas outras grandes árvores tropicais, o imbondeiros não apresenta anéis de crescimento fiáveis e as maiores árvores não são necessariamente as mais velhas, pois a variação do conteúdo de água no tronco pode causar grandes alterações de tamanho.

 

Datações recentes com carbono radioactivo, revelaram que alguns dos maiores imbondeiros podem ter mais de 3000 anos de idade.

 

O eminente botânico francês Adanson, cujo nome está ligado ao nome genérico do imbondeiro – Adansonia -, assinalou imbondeiro com a espantosa idade de mais de 5000 anos. Apesar de muitos cientistas considerarem esta idade exagerada, existem exemplares conhecidos cuja idade comprovada se situa entre os 1000 e os 3000 anos…

 

São sem dúvida os habitantes mais velhos da Terra!

 

Humboldt, naturalista alemão, refere-se ao imbondeiro como “o mais antigo monumento orgânico do planeta”.

  • Flor: A flor abre ao cair da noite e na manha seguinte manifesta já um certo emurchecimento. As flores grandes e vistosas pendem livremente na periferia da copa das árvores, na extremidade de um pedúnculo com 20 ou mais centímetros de comprimento. Todas as peças florais estão recurvadas para cima: as sépalas, as pétalas, os estames e até mesmo o estigma à saída da coluna estaminal.

 

  • Folha: São árvores de folha caduca. As folhas das árvores adultas são compostas e digitadas (os folíolos dispõem-se como os dedos de uma mão aberta) mas nas árvores jovens as folhas são simples.
  • Fruto: O fruto – a múcua, é ovóide, podendo medir mais de 25cm de comprimento. Tem uma casca lenhosa, dura, coberta com pelos cinzento-esverdeados, que lhe dão um aspecto aveludado.

 

  • Sementes: As sementes escuras e numerosas estão mergulhadas numa polpa esbranquiçada e que contêm ácido tartárico, bitartarato de potássio e vitamina C.

 

O Imbondeiro dá ao homem vários produtos que têm aplicação directa ou indirecta na sua vida quotidiana.

 

  • Frescas, as folhas podem ser comidas com vegetais, muitas vezes misturadas com outros alimentos. São utilizadas como fermento, consideram-se refrescantes e úteis para diminuir o excesso de transpiração, sendo muitas vezes usadas no tratamento de doenças dos rins, da bexiga, a asma, picadas de insectos e outros.
  • Triturada, tal como as folhas, a casca do imbondeiro pode ser utilizada como condimento como o sal e a pimenta. Fornece uma fibra com a qual se podem fabricar cordas, cestos, tecidos, cordas para instrumentos musicais e até chapéus à prova de água.
  • A polpa farinácea que envolve as sementes sabe a pão de gengibre e tem um agradável sabor acre. São também trituradas para obter farinha alimentar, em tempos de escassez e o seu pólen branco quando misturado com água forma uma espécie de cola.

 

 MAGIA DO IMBONDEIRO

 

O imbondeiro africano é uma árvore fantástica, parte integrante da cultura africana, das tradições, rituais e lendas, do artesanato e outras obras de arte.

O enorme desenvolvimento das suas raízes foi interpretado simbolicamente por Antoine de Saint-Exupéry na sua obra filosófica “O Principezinho” pois este temia que as raízes se entranhassem no seu pequeno asteróide. Ele imagina então o trabalho que terá todas as manhãs em colher os brotos para evitar que novos Imbondeiros nasçam e se transformem em majestosas árvores, que de tão grandes e largas irão destruir seu pequenino planeta.

É um dos objectos predilectos da tradição popular. Uma das lendas refere que basta ficar perto dele e pronunciar as palavras mágicas, só conhecidas pelos iniciados, para receber da árvore tudo o que se lhe pedir.

Ofertas colocadas na base do tronco, para os espíritos que habitam o imbondeiro, garantem fertilidade, boas colheitas e boas fortunas.